Após
ter tido a oportunidade de seguir alguns jogos de estreia da
PremierLeague, e em simultâneo, ou melhor, nos mesmos dias, ter
também seguido a Liga Espanhola e a Liga Portuguesa, tornou-se para
mim evidente que toda a dimensão, todo o mediatismo que é dado
pelos próprios Ingleses ao seu Futebol obriga a que este seja
espectacular, para mim a diferença encontra-se no exprimir sabedoria
nos momentos de transição.
É
claro, para quem segue Futebol que os momentos de transição
são fundamentais, é neles que se observam maiores picos de
intensidade de jogo, contudo picos de intensidade em momentos de
transição nem sempre significam boas tomadas de decisão. Na
Premier League não só observamos muitos momentos de transição
(entenda-se perda ou recuperação da bola) como nestes momentos a
percentagem de tomadas de decisão correctas (ou mais ajustadas) é
elevadíssima, daí que 4 lances (2 transições/por equipa) possam
culminar em 4 situações de golo iminente consecutivas, como assisti no
ManCity-Southampton deste fim-de-semana.
Contudo,
como diz Mourinho, nem todos os “Futebois”são iguais. O Futebol
do Barcelona não é predominantemente focado nos momentos de
transição, mas não deixa de ser fascinante, o que me deixa
espantado não é a má exploração dos momentos de transição, mas
sim observar uma grande quantidade de equipas, principalmente do
campeonato Português e um pouco por toda a Europa que não
demonstram conhecimento prático de nenhum dos momentos do jogo.
Isso
leva-me a querer entender que tipo de conteúdos são abordados
durante a semana de trabalho.
Vejo
equipas que passam 90 minutos a destruir e a tratar mal a bola, não
pode ser justificado com diferenças de orçamento. Pior ainda, vejo
equipas que não se adaptam ao jogo do adversário nem deixam o
adversário adaptar-se ao seu estilo de jogo, porque simplesmente não
têm um estilo de jogo definido, não apresentam rotinas nem deixam
identificar dinâmicas de jogo, esperando somente que o vento sopre e
as leve na direcção correcta, e que um conjunto de atletas faça a
diferença naquele determinado momento.
Será
tão difícil inspirar-se nos bons exemplos que temos por toda a Europa do Futebol?
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