segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Não jogamos bem porque não podemos ou jogamos mal porque não sabemos?

Após ter tido a oportunidade de seguir alguns jogos de estreia da PremierLeague, e em simultâneo, ou melhor, nos mesmos dias, ter também seguido a Liga Espanhola e a Liga Portuguesa, tornou-se para mim evidente que toda a dimensão, todo o mediatismo que é dado pelos próprios Ingleses ao seu Futebol obriga a que este seja espectacular, para mim a diferença encontra-se no exprimir sabedoria nos momentos de transição.

É claro, para quem segue Futebol que os momentos de transição são fundamentais, é neles que se observam maiores picos de intensidade de jogo, contudo picos de intensidade em momentos de transição nem sempre significam boas tomadas de decisão. Na Premier League não só observamos muitos momentos de transição (entenda-se perda ou recuperação da bola) como nestes momentos a percentagem de tomadas de decisão correctas (ou mais ajustadas) é elevadíssima, daí que 4 lances (2 transições/por equipa) possam culminar em 4 situações de golo iminente consecutivas, como assisti no ManCity-Southampton deste fim-de-semana.
Contudo, como diz Mourinho, nem todos os “Futebois”são iguais. O Futebol do Barcelona não é predominantemente focado nos momentos de transição, mas não deixa de ser fascinante, o que me deixa espantado não é a má exploração dos momentos de transição, mas sim observar uma grande quantidade de equipas, principalmente do campeonato Português e um pouco por toda a Europa que não demonstram conhecimento prático de nenhum dos momentos do jogo.
Isso leva-me a querer entender que tipo de conteúdos são abordados durante a semana de trabalho.
Vejo equipas que passam 90 minutos a destruir e a tratar mal a bola, não pode ser justificado com diferenças de orçamento. Pior ainda, vejo equipas que não se adaptam ao jogo do adversário nem deixam o adversário adaptar-se ao seu estilo de jogo, porque simplesmente não têm um estilo de jogo definido, não apresentam rotinas nem deixam identificar dinâmicas de jogo, esperando somente que o vento sopre e as leve na direcção correcta, e que um conjunto de atletas faça a diferença naquele determinado momento.
Será tão difícil inspirar-se nos bons exemplos que temos por toda a Europa do Futebol?

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