Começaram as pré-epocas das equipas portuguesas
não só das principais, como também das equipas Bês. Os considerados clubes de
elite do Futebol Português, optaram por regressar ao formato das equipas Bês, eu
confesso que sempre apreciei o formato utilizado pelo C.S. Maritimo ao manter
uma equipa B capaz de apostar em jogadores jovens acabados de terminar a sua
formação no clube. Contudo, no Maritimo, nos ultimos 3/4 anos a aposta para a
equipa B em jogadores brasileiros e africanos (ex colónias), aumentou de um
modo drástico, mas sempre com um grande número de atletlas Madeirenses e
Portugueses, não podemos é esquecer que falamos de uma ilha com pouco mais de
250 mil habitantes, como tal a barreira geográfica assim o obriga. O que não se
passa com as equipas do continente onde existe uma maior facilidade na obtenção
do atleta Português de qualidade, bem como da sua obtenção e formação desde
cedo no sector juvenil.
Nas últimas duas semanas, principalmente Sporting
e Benfica, afundaram-se de estrangeiros na sua maioria Sul Americanos, todos
reforços para a equipa B, já o Porto aposta em brasileiros aos quais ninguém
identifica que tipo de capacidades terão acima dos atletas Portugueses recém
saidos da formação do próprio clube. Se a justificação é a de ser mais barato
investir no mercado Sul Americano, então fazem-nos passar por ignorantes. Ter
um plantel de segunda divisão com aproximadamente 15 jogadores saídos dos júniores,
mais alguns atletas Portugueses e porque não alguns estrangeiros, a receberem
aproximadamente 4.000€ cada um, consegue ser menos custoso mensalmente que o
próprio do Saviola que neste momento deve auferir quase o dobro do que estes
atletas receberiam. Ou muito me engano ou o Saviola fará este ano 4 ou 5 jogos
a titular, não acrescentando praticamente nada e disfrutando de um óptimo final
de carreira no Benfica.
Sai-nos caro apostar na nossa formação? É mais
viável apostar no produto Sul Americano? Então porque razão se aposta na
construção de uma Academia de formação de topo com instalações para um sector
Juvenil? Porque razão se perde tanto tempo e dinheiro nas camadas jovens quando
por ano estão a sair zero atletas com sucesso para a primeira equipa?
O atleta português não tem qualidade? Ou as
oportunidades que lhes damos pecam por escassas?
Relembro-vos da nossa prestação no Euro 2012, e
relembro-vos que se o Cristiano não ganhar o prémio FIFA, estará lá muito
perto, e o Cristiano é 100% PORTUGUÊS, não é naturalizado.
O Benfica a cada dia que passa parece a lota, onde
todos querem vir vender o seu peixe inflacionado, e o problema é que esse peixe
não é Português.
Nos últimos anos recuperamos prestígio, não vamos
à Europa fazer figuras ridículas e apresentamos, sem sombra de dúvida, um futebol
de qualidade, contudo olhar para o plantel do Benfica e ver zero Portugueses é
um ultraje. Que contribuição estamos a ter para a evolução do atleta Português?
Que papel tem o nosso sector Juvenil?
Uma coisa é investir num atleta já formado que
venha a dar garantias a curto prazo e que possa ser bem rentabilizado,
lembro-me facilmente de excelentes negócios como o de Di Maria e Ramires...
outra coisa é o folclore de atletas sul americanos que assinam para a equipa B
que não passam de investimentos, da colocação
de jogadores para que muitos agentes desportivos possam lucrar e meter uns
belos € nos seus requintados bolsos. O atleta Português, aquele que é formado
no nosso sector juvenil? Aquele que se pensou que em breve representaria o
Benfica? Rescinde por mútuo acordo como foi o caso do David Simão que mais cedo
ou mais tarde terá sucesso num Braga ou quem sabe em um dos nossos rivais directos,
isto porque o Benfica nunca apostou nele após a sua saída da formação.
Que acontecerá a Nelson Oliveira, perante a
permanência de Cardozo, Saviola, Rodrigo, Mora e do fenómeno Michel. Alguém me
sabe explicar, ainda para mais não o podendo emprestar, o que vem fazer este
Michel para o Benfica? O lateral esquerdo, continua por se ir buscar.
Veja-se o exemplo das equipas B’s do Real e do
Barça, equipas quase 100% formadas por atletas espanhóis, na sua maioria
jogadores que cresceram no sector juvenil, moldados de acordo com a filosofia e
os princípios do clube.
Quando contratam estrangeiros, contratam jovens e
fazem-no para colmatar lacunas dentro da própria equipa B. Dão tempo aos seus
atletas para evoluirem e para chegarem à equipa principal no momento certo,
aqueles que são gananciosos e também aos quais não prevêm evolução e capacidade
de jogar na equipa principal, abrem-lhes a porta de saída, mas fazem-no com
dignidade.
Os resultados estão à vista não só no plantel do
Barcelona e do Real como também na seleção Espanhola que teria condições para
fazer mais uma equipa e competir no Europeu com Espanha A e Espanha B, enquanto
nós temos lacunas em 3, 4 posições e somos obrigados a escolher entre um
Postiga e um Hugo Almeida.
A FPF, deve impor-se e regular o número de atletas
estrangeiros a jogar em Portugal, bem como regular a entrada de atletas estrangeiros
e obrigar a que os plantéis Portugueses tenham por obrigação jogadores
provenientes da formação, assim não sendo, aliado à ridícula lei de não
emprestar atletas a equipas do próprio escalão, arriscamo-nos a apresentar
selecções nacionais sem qualidade e sem prestígio, num futuro muito próximo.
Esperemos que este primeiro ano sirva de lição, e
que para o ano possamos apresentar uma equipa B portuguesa, com atletas da
nossa formação onde possamos continuar a ensinar-lhes o que é o Benfica para
que cresçam perante o misticismo deste ENORME clube.
Um bom resto de semana a todos...
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