Em
vésperas de jogar a nossa seleção paira no ar um mundo
de incertezas, e é, indubitavelmente, o povo português o primeiro a
criticar utilizando razões na sua maioria sem nexo e
descontextualizadas.
No
outro dia via uma lista de orçamentos dos gastos diários de todas
as seleções, não sei se é mais ridículo criticar o orçamento
diário de 33.000 € da nossa seleção se os 4.000 € que são o
“exemplo fabuloso” da nossa vizinha Espanha, que seguramente tem
a sua comitiva de 50 pessoas hospedada na Residencial Estrela com
regime de meia pensão.
Mas
falemos de futebol, a semana ficou marcada pelas más exibições de
Portugal e pelas doutas opiniões futebolísticas portuguesa. A mim
parece-me que o Prof. Carlos Queiroz, ao qual não tiro mérito por
todo o seu passado desportivo, é claramente um angustiado pelos
erros cometidos no passado ao serviço da FPF. Já Manuel José vive
na mágoa de nunca ter treinado a seleção e lança na sua “humilde
opinião” farpas aos excessos dos jogadores Portugueses.
A
prestação Portuguesa do Euro não será a mesma do apuramento nem
será a mesma da fase de preparação, até porque o Euro é uma
montra e todos se querem mostrar, ninguém quererá mais o Euro que
os próprios atletas.
Em
Portugal, tudo é negativo, entendo a situação crítica do país,
mas no que toca a futebol, é triste ver que toda a nação é um
enorme “velho do restelo”.
Portugal
será um forte candidato se Paulo Bento entender como exponenciar a
performance coletiva do grupo.
A
meu ver, é no meio campo da seleção que reside a chave para este
sucesso coletivo. Já que, neste momento, é muito estático e pouco
multi funcional. Se jogamos com Moutinho, Meireles e Veloso o jogo
torna-se “empapado”, pouco vertical e no que respeita a
transições (palavra de ordem no futebol moderno), pouco agressivo
em processo defensivo, e de progressão lenta e erradamente lateral
quando em processo ofensivo. Esta não é uma seleção com
mecanismos e rotinas adquiridas como em 2004, onde jogavam 6/7
atletas do FCP acabados de vencer uma Champions League e que jogavam
juntos de olhos fechados + Figo e um “fresco” Cristiano
Ronaldo... Mas é uma seleção com o mais completo atleta de todos
os tempos, no meu ponto de vista, é uma seleção com atletas de
topo, é uma seleção com um dos melhores número 9 do futuro
(Nelson Oliveira), e para mim, é uma seleção com imenso potencial.
Se coletivamente Portugal começar bem o Euro, individualmente todos
os atletas vão começar a imprimir muita qualidade, e estou em crer
que podemos ir longe e surpreender. Para mim será fundamental
entender rapidamente se será com Custódio “ancorado” como 6 a
fazer um jogo de coberturas e equilíbrio quer defensivo quer
ofensivo ou com Viana mais solto a organizar e Meireles e Moutinho a
jogar em parelha.
Contudo
se o sucesso não surgir, continuarei a acreditar na minha seleção,
no meu país e em Paulo Bento como selecionador Nacional.
CARREGA
PORTUGAL...
Acho sinceramente que PB em nada irá inovar...como primeiro referiste MV, Meireles e Moutinho tornam o jogo fastioso, mas serão eles os titulares quase de certeza!
ResponderEliminarNão concordo quando dizes que o sucesso reside no nosso meio campo, falta ali um trinco de qualidade superior.
Com Ronaldo e Nani no ataque esperando que o PL titular esteja "inspirado" (basta não inventar) creio que seja aí que esteja a nossa força. Se o Nelson joga-se aí sim não teria duvidas da nossa força!
P.S.- Acho que o inicio de Portugal vai coincidir com o final do Hóquei...esperando eu mudar de canal já em festa e que a Selecção lhe dê continuidade.
Henrique,
ResponderEliminaro Futebol moderno obriga a um jogo móvel, de transições constantes. Portugal terá sucesso quando o seu meio campo souber ser dinâmico em processo ofensivo com a criação de espaços e circulação eficaz da bola e em processo defensivo quando souber cobrir os espaços criados pelo adversário, mas principalmente nos momentos de transição. Por isso te digo que o sucesso está no meio campo. Não porque os jogadores são os melhores no meio campo, mas porque é a dinamica de meio campo que irá exponenciar a frente de ataque e capacidade posicional a defender os espaços à frente da linha de 4 defesas. Moutinho, Meireles e Veloso, são jogadores muito idênticos, com caracteristicas em muitos aspectos iguais. Isto torna o jogo de Portugal a certo ponto previsível e lento de transições.
Contudo, Paulo Bento começa a mascarar estes aspectos e a prestação do triângulo de meio campo está a começar a ser algo dinâmica. Portugal contra a Alemanha soube re-criar o meio campo, Veloso e Moutinho souberam comportar-se em parelha dando coberturas constantes em toda a largura do campo, Meireles a jogar um pouco mais à frente dos dois dando mais verticalidade ao jogo principalmente nos momentos de transição, e mais importante ainda, principalmente nos ultimos 25 minutos, Portugal soube ser paciente sem posse de bola dando tempo aos laterais para se envolverem no processo ofensivo.
Por isso volto a explicar-te é fundamental que este trio, ou aquele que Paulo Bento bem entender, quem sabe com Viana ou com Custódio, é fundamental para exponenciar a capacidade defensiva da equipa bem como o aproveitamento de espaços e a construção de situações de finalização em processo ofensivo.