Passando
os olhos pela actualidade desportiva e por algumas antevisões do
Portugal – Espanha, apercebo-me que a opinião acerca desta meia
final se divide ou por uma tourada das antigas imposta pelos
espanhois, ou por um SUPER CRISTIANO capaz
de vencer a Espanha “sózinho”.
Se
antes de partirmos para a antevisão do Portugal – Espanha formos
pragmáticos a analisar o jogo anterior das
duas equipas, chegamos a vários pontos de
referência no que, ao
ponto de vista organizativo diz respeito.
1
-Portugal não é “demolidor” a assumir o jogo, é
suficientemente vertical mas não tem timing de execução, os três
homens de meio campo são todos jogadores de cobertura e não de
progressão, raramente procuram combinações
que terminem em acções verticais e tem dificuldade em ser paciente
em posse de bola, acabando por procurar os
corredores laterais com muita pressa, nãodando
tempo aos laterais para verticalmente se inserirem no processo.
2-
A Espanha é no seu estado puro, uma equipa de posse de bola,
concretizando com sucesso todos os pontos acima descritos, ao ponto
de, a meu ver, ser escandalosa a opção por Fabregas em vez de
Torres (filosofia de jogo levada ao exagero). Contudo, e contra a
França foi possível observar que apesar do duplo pivot defensivo
(Alonso-Busquet), os espanhóis
são apanhados em contra pé com relativa facilidade apesar do bom
posicionamento destes dois elementos.
3-A
meu ver, os Espanhóis“transpiram”
um ego enorme, sustentado por um campeonato Europeu e um Mundial,
sustentado por um Barcelona magnífico mas
que, contudo,não
tem a capacidade de outrora. Alberloa é lento e Alba é jovem e
inexperiente (zonas de exploração fácil), a posse de bola é
arriscada na primeira zona de construção (especialmente nas
inter-relações dos 4 defesas e dos dois pivots),e
por vezes o seu jogo é tão obsessivo pela procura de espaços com o
famoso TIKI TACA que parecem querer entrar pela baliza dentro sem
ninguém procurar a meia distancia. E claro, não posso deixar de
acrescentar a ausência de David Villa.
4-Portugal
é, quanto amim,
uma equipa com imenso potencial
a explorar a transição defesa-ataque (momento da recuperação da
bola). Não só o faz bem porque tem jogadores capazes de
desequilibrar nos corredores laterais em
situações de 1x1, como o faz bem por princípio
com Meireles e Moutinho fantásticos no timing e execução e com
Ronaldo e Nani nas faixas, mais a inserção dos laterais,
especialmente Coentrão que aparece nos espaços como um “cavalo”.
A
Missão de Portugal está a milhas de ser impossível, mas é
díficil, principalmente se a abordagem Portuguesa for desadequada,
caindo como os Franceses num esperar
constante e a revelar uma passividade defensiva enorme, ocupando
somente os espaços e nunca atacando o portador da bola. Ou por uma
abordagem de posse de bola a encarar o jogo olhos nos olhos dos
Espanhóis onde certamente não teremos
argumentos para conservar a bola nem para aguentar um jogo de grande
desgaste psicológico que é o de ver jogar o adversário.
Hugo
Almeida para mim não é uma alternativa, pior ainda num jogo destes,
digo-o pela sua disconecção do processo defensivo (pouca
agressividade) e pela sua pouca mobilidade em processo ofensivo. Se
os Espanhóis consideram que Ronaldo é o
unico capaz de disturbar, melhor ainda, temos de os fazer conhecer
Nani, que está mesmo ali ao lado.
A
equipa espanhola é relativamente baixa, as bolas paradas (livres e
cantos, como o quiserem chamar...), são um
momento em que temos de mostrar confiança (porque temos jogadores
altos e agressivos) e organização (exponenciando as suas
capacidades), já o fizemos neste Europeu e
nem os "gigantes" Alemães aguentaram.
Enfim,
não penso que seja só Ronaldo a via para o sucesso, acredito que
uma boa abordagem dos momentos do jogo é importante
e,fundamentalmente entender que a dimensão
psicológica tem uma importância enorme no alto
rendimento desportivo, ser passivo contra os espanhóisfar-nos-á
ter mais receio, e dar-lhes-á
imensa confiança a fazer aquilo que fazem bem (posse de bola rápida
e a poucos toques). Abordar
o jogo do modo errado irá induzir a uma luta desigual onde somos nós
que “lutamos em minoria”.
Um
bem haja e resta-me só acrescentar o mítico, CARREGA
PORTUGALLLLL!!!
Boa análise. Tenho certeza que Portugal pode fazer um bom jogo contra a Espanha. Força Portugal!!!
ResponderEliminarNão vai ser facil. Como é referido no primeiro ponto a equipa tem alguns defeitos. Mas acredito.
ResponderEliminarP.S: Boa análise!
Penso que temos de fazer valer o nosso jogo pelas alas e não pensar em ter muita bola. Sabemos que os espanhóis gostam e sabem jogar em posse de bola, pelo que teremos de aproveitar as saídas rápidas pelas alas, onde a meu ver, tem o elo mais fraco, diria mesmo fraquissimo, é Arbeloa. Como falaste e bem, os lances de bola parada tem de ser muito bem aproveitado pelas nossas "torres", contudo Piqué e Ramos também são fortes nesse tipo de lances.
ResponderEliminarEu apostaria na frente de ataque Ronaldo-Nelson-Nani. Nelson pela mobilidade e pela posse de bola que consegue ter.
A ver vamos e na quarta feira rumo à vitória.
Acho que este jogo encaixa muito no estilo de Hugo Viana. Tem mais qualidade de passe que o Meireles. E para jogar em transições rápidas e lançamentos em profundidade ele é o mais capaz.
ResponderEliminarA ver vamos como corre amanhã. Mas eu acredito!
Confesso que não entendo, o porquê do Viana não ter jogado ainda... Já nos jogos anteriores ouve momentos em que teria feito a diferença. Contudo, quem somos nós para falar, quem lá está saberá o porquê.
ResponderEliminarCom Nelson Oliveira, parece teimosia, mas admiro o Paulo Bento nesta opção. O Postiga parece que está ali por favor, contudo, ninguém melhor que o Paulo, para o lançar no timing certo. Não é correcto, apesar da qualidade iminente, lança-lo às feras e exigir alta performance. Devagar... vai entrando, apostas sustentadas resultam em sucessos duradouros.